Fotos: Arquivo Pessoal
Nascido em Faxinal do Soturno, Ernesto Freitas Neves, 66 anos, mudou-se para Santa Maria ainda jovem, quando recebeu uma oportunidade de emprego. Na cidade, ele conheceu o amor de sua vida e se casou. Ele e Berenice Neves, 60 anos, tiveram seis filhos: Leandro, 43, Raquel, 42, Marta, 39, Miriam, 35, Miqueias, 27, e Felipe, 23. Os dois se conheceram quando Neves tinha 22 anos e trabalhava em uma olaria com o pai de Berenice. Na época, com 16 anos, ela levava água e comida ao pai e ao futuro noivo. O casal completou 40 anos de casamento.
- Meu pai queria muito bem ao meu marido. Era um moço que não bebia e não fumava, sempre ajudava o pai para além da olaria. Ele deixa uma saudade de um tamanho que eu não tenho palavras para descrever - diz a mulher.
Neves também trabalhou com o corte de arroz e, por quase 40 anos, foi porteiro da Assembleia de Deus Ministério de Madureira, no Bairro Tomazetti, em Santa Maria. Lá, ele se casou com Berenice e apresentou os filhos diante de Deus e de testemunhas. Aos domingos, pela manhã ou à tarde, o casal ia sempre aos cultos na igreja. Os dois também cantavam em alguns encontros no templo.
- Ele pediu que eu não deixasse de frequentar a igreja e eu prometi que não deixaria de ir e que não deixaria de cantar para Deus. É isso o que está me confortando - conta Berenice.
Nos momentos de folga, Neves gostava muito de ficar ouvindo músicas evangélicas pelo rádio e cantarolava todas as que conhecia. Outra grande paixão do idoso era reunir a família. Neves tinha 10 netos e gostava de tê-los por perto, principalmente, nas datas comemorativas.
- Meu sogro gostava de receber os familiares em casa. Ele aconselhava muito os netos para que seguissem o bom caminho - diz uma das noras, Ana Carolina Jaimes Neves, 20 anos.
Ana conta que o sogro tratava as noras e genros como filhos. Ela e o marido, Felipe, moravam com Neves e Berenice para ajudar a cuidar dos idosos. Conforme a nora, Neves era um grande exemplo de caráter e honestidade para a família.
Há dois anos, o idoso tratava um câncer no estomago no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm). Em virtude do tratamento, ele vivia, atualmente, no Bairro Camobi, para facilitar as idas ao hospital. O idoso morreu em 23 de janeiro e foi sepultado no dia seguinte, no Cemitério de Arroio Grande.
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As informações sobre nascimentos podem ser enviadas para natalia.zuliani@diariosm.com.br ou pelo telefone (55) 3213-7122